A Televisão Digital aberta vem ganhando destaque nos países emergentes. Além de oferecer som e imagem em qualidade e definição superiores, a digitalização do sinal deflagra uma revolução no sistema televisivo, disponibilizando via difusão conteúdos em novos formatos e suportando o funcionamento de um mecanismo de interatividade que transforma o telespectador em usuário ativo. No Brasil, os trabalhos visando à digitalização vêm sendo realizados desde os anos 90 com base nos padrões americano, europeu e japonês. Por iniciativa do Governo Federal, que enxerga a interatividade da TV Digital como instrumento no processo de inclusão digital e social da população carente, os trabalhos foram conduzidos culminando com o lançamento do Sistema Brasileiro de Televisão Digital via decreto presidencial nº 5820, de 2006, tendo como padrão o ISDB-Tb, uma adaptação do sistema japonês incluindo inovações voltadas à realidade nacional. O middleware é considerado como a inteligência por trás da TV Digital interativa, suportando o mecanismo de interatividade e a execução de aplicações no receptor. A especificação de middleware escolhida para o SBTVD foi o Ginga, oferecendo um ambiente para desenvolvimento e execução de aplicações em paradigma declarativo, procedural ou híbridas, utilizando os recursos de hardware, software e de canais de comunicação (Internet). O protótipo desenvolvido em Java utilizando a implementação de referência OpenGinga – baseada no subsistema procedural - serve como demonstrativo do potencial oferecido pela especificação e seus subsistemas, viabilizando a construção de aplicações com interfaces elaboradas, ricas e interativas, utilizando uma rede ou a Internet como canal de retorno suportando a interatividade remota.